quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Acorda Zumbi 2007


Luana Clara

Missa Afro, Feijoada, Capoeira e muito Samba. Como estes ingredientes a 7ª Edição do Acorda Zumbi, no Ponto Chic Charm, em Padre Miguel, foi um sucesso. "Em 2001, reunidos no Ponto Chic Charm, conversávamos de que na Zona Oeste não teria nenhuma comemoração para o dia 20 e em 15 dias organizamos a primeira edição. Hoje, sete anos depois a festa tem a maior concentração de público do estado do Rio. E nós incentivamos a apresentação de cultura, tanto que temos um busto de Zumbi - feita pelo artista plástico Clécio", contou o deputado Federal Carlos Santana.

"As notícias ruins só vem da Zona Oeste. Queremos mostrar o lado bom, a nossa formação cultural, com a capoeira, música e dança", declara Carlos Eduardo, um dos idealizadores do evento que começou com de 5 mil pessoas e nesta edição teve cerca de 80 mil. " Para nós esta é uma data de referência de resistência negra. E estamos lutando para que seja feriado nacional!" afirmou o parlamentar.

"O dia 20 de novembro tem que aparecer. E as pessoas precisam aprender como é importante esta data de resgate da cultura afro", explicou Frei Adailton, que veio da Paróquia São João Batista, em São João de Meriti para celebrar a missa afro.

Os 5 mil pratos da iguaria típica carioca, servidos de graça, foram patrocinados por Rosemberg Moura, presidente do Supermercado Berg's. "Para nós é uma questão de honra, porque estamos tratando da cultura do nosso país, daqueles que o construiu", declarou.

Missa e Pastoral Afro - A celebração realizada em comemoração ao dia do Zumbi incorporou o ritmo, a dança e as cores de nossa mãe África. Este tipo de missa, segundo o Frei Adailton, tem base no Vaticano II, realizado em 1979, quando a Igreja Católica focou mais no povo latino, pobre, negro e minorias: - "A luz do Evangelho nos diz o que é coerente ou não de se ter na missa", finaliza.

Desde a campanha da fraternidade de 1988, cujo tema era o negro, sua pároquia faz um trabalho voltado para os afrodescendentes, com missa temática uma vez ao mês, seminários e cursos. Mais informações: 2756-0804.

Capoeira- Direto da comunidade Vila do Céu, em Cosmos, as crianças vieram dançar Capoeira e Maculelê, para o público que assistiu atento. Mas, por trás deste grupo há uma linda história de cidadania. Incomodado com a falta de perspectiva de vida dos jovens de seu bairro, Luiz começou a ensinar os esportes para a garotada, que precisa estar matriculada para participar. Os mais carentes recebem cesta básica, e os com necessidades especiais tem acompanhamento médico. Além disso, fazem trabalhos artesanais, e futuramente ganhará mais um grupo, de Afoxé - dança africana.

CEDEM - Há quatro anos o Centro Cultural Moacyr Bastos apoia o Acorda Zumbi. "Temos buscado incorporar temas de interesse do universo afrodescendente e todo brasileiro consciente, sem tirar o caráter festivo da data", afirmou Marcelo Guimarães, coordenador de projetos.

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